PIX Sob Ataque! R$1,5 Bi Desviados: O Que o Banco Central Fará Agora?
O sistema Pix, amplamente adotado pelos brasileiros, enfrenta uma onda crescente de ataques cibernéticos. Criminosos estão explorando vulnerabilidades nas empresas de tecnologia que conectam instituições financeiras menores ao sistema do Banco Central (BC). Nos últimos meses, mais de R$ 1,5 bilhão foram desviados de bancos e fintechs através dessas invasões, embora parte desse valor tenha sido bloqueada pelo BC.
Brechas no Sistema: Como os Criminosos Agem?
Os ataques se concentram principalmente nas provedoras de tecnologia que servem como intermediárias entre pequenas instituições financeiras e o BC. Essa abordagem permite que os criminosos evitem a infraestrutura central do Pix, que permanece segura. Segundo Lígia Lopes, CEO da Teros, a fragilidade reside no "entorno" do sistema, e não no Pix em si.
Fiscalização Insuficiente e Novas Medidas
Críticos apontam para uma fiscalização insuficiente por parte do Banco Central, que realizou apenas cinco ações de verificação de falhas no sistema desde 2020. Em resposta aos recentes ataques, o BC endureceu as regras, limitando transações e antecipando prazos de licenciamento. Agora, há um limite de R$ 15 mil por transação para fintechs sem autorização ou que utilizam provedoras de tecnologia para integrar seus sistemas ao BC.
- Antecipação do prazo para solicitação de licença para instituições de pagamento (de 2029 para 2026).
- Aumento das cobranças sobre as prestadoras de serviço de tecnologia.
A Migração do Crime para o Mundo Digital
O aumento dos ataques cibernéticos é atribuído a uma migração dos assaltos a bancos físicos para o ambiente virtual, impulsionada pela sofisticação do crime organizado no Brasil. Os criminosos exploram fragilidades nos sistemas das fintechs e prestadoras de serviço para roubar valores por meio de transferências via Pix ou TED para contas de laranjas. Em muitos casos, o dinheiro é usado para a compra de criptoativos, dificultando o rastreamento.
O presidente do BC, Gabriel Galípolo, enfatizou que o Sistema Brasileiro de Pagamentos (SBP) e o Sistema de Pagamentos Instantâneos (SPU) são seguros e não foram alvo dos criminosos. As falhas estão nos sistemas das empresas.
Falta de Pessoal no BC
Auditores do Banco Central apontam que a falta de pessoal é uma das brechas na segurança do sistema Pix. Atualmente, apenas nove funcionários são responsáveis pela segurança do Sistema de Pagamentos Instantâneos (SPI), que movimenta quase R$ 2 trilhões por mês.