Já se perguntou por que um simples pão de queijo e um café nos aeroportos brasileiros custam uma fortuna? A resposta pode te surpreender! Segundo Tiago Sousa Pereira, diretor da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), os altos preços dos serviços de alimentação nos aeroportos são um fator crucial para que as tarifas aeroportuárias do Brasil sejam as menores do mundo.
Durante o evento Regulation Week FGV, Pereira explicou que a receita não tarifária, proveniente do comércio nos aeroportos, tem uma participação fundamental para os operadores das concessões. Essa receita compensa a tarifa aeroportuária, que inclui tarifas de embarque, conexão, pouso, permanência, armazenagem e movimentação de cargas, mantendo-a acessível.
Como Funciona a Matemática Aeroportuária?
Estimativas da Anac indicam que as receitas dos aeroportos brasileiros são compostas por cerca de 55% a 60% de receitas comerciais (como a venda de alimentos e produtos) e entre 40% a 45% referentes à outorga (pagamento feito ao governo pela concessão). Isso significa que, mais da metade do que os aeroportos arrecadam vem diretamente do seu bolso quando você compra aquele lanche antes do voo.
Impacto no Bolso do Viajante
Apesar do preço elevado dos alimentos, a estratégia parece funcionar. As tarifas de embarque em grandes aeroportos como Guarulhos e Galeão são significativamente menores do que em outros países, como os do Caribe. Dados recentes do IPCA também mostram uma queda no preço das passagens aéreas nos últimos meses, enquanto o preço dos alimentos, de fato, aumentou.
Portanto, da próxima vez que você reclamar do preço do pão de queijo, lembre-se: ele está contribuindo para que sua viagem de avião seja um pouco mais barata. É uma barganha, mesmo que pareça salgada!