A Ambipar, renomada empresa de gestão de resíduos e soluções ambientais, surpreendeu o mercado ao anunciar, na segunda-feira (20), o pedido de recuperação judicial tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. A decisão, tomada em caráter de urgência pelo conselho da companhia, visa proteger a empresa da crescente pressão de dívidas que somam mais de R$ 10 bilhões.
O que levou a Ambipar a essa situação?
Segundo a Ambipar, a medida foi necessária após a detecção de suspeitas de irregularidades em operações financeiras (swaps) realizadas pela antiga diretoria financeira, culminando na saída repentina do CFO João de Arruda. A empresa alega ser vítima de um "verdadeiro bullying empresarial" e busca tempo para se reestruturar após uma série de "ataques e investidas maliciosas".
Impacto da Recuperação Judicial
O pedido de recuperação judicial, já protocolado na 3ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, suspende execuções e cobranças de dívidas, proporcionando à Ambipar um respiro financeiro para organizar um plano de pagamento. A empresa busca, com essa medida, renegociar o perfil da dívida, que foi exigida em um prazo mais curto do que o originalmente planejado.
Quais os maiores credores da Ambipar?
A lista de credores da Ambipar é extensa, com o Banco Santander liderando com R$ 663 milhões, seguido pelo Banco do Brasil (R$ 352 milhões), Banco do Nordeste (R$ 207 milhões), Deutsche Bank (R$ 188 milhões), Daycoval (R$ 109 milhões), Scania (R$ 77 milhões) e ABC Brasil (R$ 56 milhões). O temor da empresa era que todos os credores buscassem a cobrança imediata de suas dívidas.
O futuro da Ambipar
Apesar das dificuldades financeiras, a Ambipar garante que suas atividades operacionais não foram afetadas e que a recuperação judicial é crucial para garantir a continuidade de suas operações e a reestruturação de seu passivo. A empresa está presente em 40 países e possui uma vasta gama de serviços na área de gestão de resíduos e soluções ambientais.