A Argentina elevou o nível de alerta em suas fronteiras com o Brasil, classificando o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC) como organizações narcoterroristas. A decisão surge após as operações no Rio de Janeiro, que resultaram em mais de 100 mortes.
De acordo com a ministra da Segurança Pública argentina, Patricia Bullrich, brasileiros que tentarem entrar no país passarão por uma análise rigorosa, mesmo que não possuam antecedentes criminais. “Vou colocar as fronteiras em alerta máximo para que não haja travessia ou passagem de quem está claramente se deslocando do centro do conflito”, afirmou Bullrich.
A medida visa impedir a entrada de membros das facções criminosas no país. Bullrich enfatizou a necessidade de observar atentamente todos os brasileiros que viajam para a Argentina, verificando antecedentes, mas sem confundir turistas com integrantes do Comando Vermelho.
Paralelamente, uma investigação revelou um esquema milionário de lavagem de dinheiro do Comando Vermelho na Argentina. A Operação Cripto desmantelou uma rede que movimentava valores expressivos através de criptomoedas, empresas de fachada e imóveis de alto padrão. Oito pessoas foram condenadas e multadas em US$ 2,46 bilhões.
O principal alvo da investigação é Marcelo Clayton Alves de Sousa, conhecido como “El Negro”, apontado como operador financeiro da facção. Ele está foragido desde setembro de 2023. Segundo o Ministério Público argentino, Alves utilizava carteiras de criptomoedas e empresas fantasmas para movimentar ao menos US$ 5 milhões (R$ 31 milhões) vindos do tráfico no Brasil. As autoridades apreenderam bens e valores equivalentes a R$ 1,9 milhão, além de uma frota de veículos de luxo.
Impacto e Próximos Passos
O governo argentino não descarta a possibilidade de adotar outras medidas com base nos desdobramentos da situação no Brasil. A declaração do CV e do PCC como organizações terroristas e o reforço na segurança das fronteiras demonstram a preocupação do país com a expansão da influência dessas facções.
Repercussão no Brasil
As ações da Argentina geram debates sobre a necessidade de cooperação internacional no combate ao crime organizado e sobre a eficácia das medidas adotadas para conter a atuação das facções criminosas.