A presidente do Superior Tribunal Militar (STM), Maria Elizabeth, está no centro de uma controvérsia após pedir desculpas pelas mortes ocorridas durante a ditadura militar (1964-1985). O ministro Carlos Augusto Amaral Oliveira criticou publicamente a atitude, sugerindo que ela estudasse mais a história do país. A declaração gerou debates acalorados e reacendeu discussões sobre o papel da Justiça Militar no período ditatorial.
O Pedido de Desculpas
Durante um evento ecumênico em memória do jornalista Vladimir Herzog, assassinado há 50 anos pela ditadura, Maria Elizabeth fez um discurso emocionado. "Estou presente neste ato ecumênico de 2025 para, na qualidade de presidente da Justiça Militar da União, pedir perdão a todos que tombaram e sofreram lutando pela liberdade no Brasil", declarou. A plateia presente aplaudiu o gesto, que foi interpretado como um reconhecimento dos erros e omissões judiciais cometidos durante o regime militar.
A Crítica do Ministro
A reação do ministro Carlos Augusto Amaral Oliveira não tardou. Indicado ao STM pela Força Aérea Brasileira, Oliveira sugeriu que Maria Elizabeth "estude mais a história do tribunal para opinar sobre a situação no período a que ela se referiu". A declaração foi vista por muitos como uma desautorização da presidente e um sinal de que a Justiça Militar ainda enfrenta dificuldades em lidar com o passado.
Resposta e Contraponto
Segundo informações, Maria Elizabeth Rocha está preparando uma resposta formal às críticas do ministro, com foco na violência de gênero que permeia a magistratura feminina. A magistrada deve reiterar a importância da defesa da democracia e questionar a desqualificação de seu conhecimento. A polêmica reacende o debate sobre a necessidade de uma reflexão profunda sobre o período da ditadura e o papel das instituições na defesa dos direitos humanos.
Absolvição Controvertida
O tenente-brigadeiro do ar Carlos Augusto Amaral Oliveira também é lembrado pela controversa absolvição dos militares do Exército envolvidos no assassinato do músico Evaldo dos Santos Rosa e de Luciano Macedo, no caso conhecido como o "caso dos 80 tiros". O caso gerou grande indignação na sociedade civil e levantou questionamentos sobre a impunidade em casos de violência policial.