A escritora Ana Maria Gonçalves fez história ao tomar posse na Academia Brasileira de Letras (ABL), tornando-se a primeira mulher negra a ocupar uma cadeira na instituição em seus 128 anos de existência. A cerimônia, realizada na última sexta-feira, foi marcada por emoção, reflexão e a celebração da diversidade na literatura brasileira.
Um Discurso Marcante
Em seu discurso de posse, Ana Maria Gonçalves homenageou sua ancestralidade e as intelectuais negras que a precederam, utilizando expressões como "pretuguês", cunhada por Lélia Gonzalez, e referências à oralitura e escrevivência. Ela também expressou o desejo de promover mudanças na Academia, buscando maior diversidade e representatividade.
Reconhecimento e Homenagens
A escritora fez questão de citar Conceição Evaristo, cuja candidatura à ABL em 2018 gerou debates sobre a falta de representatividade negra na instituição. Conceição Evaristo, presente na plateia, foi homenageada com uma calorosa salva de palmas.
Um Fardão com História
Um dos momentos mais simbólicos da noite foi a apresentação do fardão de Ana Maria Gonçalves, confeccionado por artesãos da escola de samba Portela. A escolha da Portela para a confecção do fardão é uma homenagem ao enredo que a escola desenvolveu em 2024, inspirado no livro "Um Defeito de Cor" da escritora, e que rendeu à Portela o Estandarte de Ouro. Ana Maria Gonçalves destacou a importância da escola de samba em sua trajetória e a visibilidade que o enredo proporcionou à sua obra.
- Primeira mulher negra na ABL em 128 anos.
- Discurso emocionante e reflexivo.
- Homenagem à ancestralidade e às intelectuais negras.
- Fardão confeccionado por artesãos da Portela.
A posse de Ana Maria Gonçalves na ABL representa um marco importante na história da literatura brasileira e um passo significativo em direção a uma maior diversidade e representatividade na instituição.