O Papa Leão XIV gerou debates acalorados ao divulgar um documento que busca ajustar a devoção à Virgem Maria dentro da Igreja Católica. Para alguns, a medida soou como um 'rebaixamento' da importância da figura mariana, enquanto especialistas defendem que se trata de um freio à 'mariolatria' e uma resposta às críticas protestantes à veneração de Maria.
O que diz o documento?
O documento, elaborado pelo Dicastério para a Doutrina da Fé, veta o uso do título 'corredentora' para Maria e pede prudência ao se referir a ela como 'medianeira'. Segundo a terminologia cristã, redentor é aquele que liberta, título atribuído a Jesus. Medianeira seria a intercessora.
Por que essa mudança?
O objetivo, segundo o teólogo Vinícius Paiva, é ajustar a devoção mariana, evitando que Maria assuma um protagonismo que, para a Igreja, pertence à Santíssima Trindade (Deus Pai, Jesus Cristo e Espírito Santo). O documento busca equilibrar a devoção popular com a doutrina oficial da Igreja.
O falecido Papa Francisco já havia se manifestado contra o título de 'corredentora', chamando a ideia de 'tolice'. Seus antecessores, Bento XVI e João Paulo II, também demonstraram diferentes posições sobre o tema, evidenciando um debate interno na Igreja.
A nova instrução do Vaticano reforça que Jesus, e não Maria, salvou o mundo, resolvendo um debate que se estende por décadas e que tem gerado diferentes interpretações dentro e fora da Igreja Católica. O documento busca evitar confusões e manter a harmonia das verdades da fé cristã.
Resta agora acompanhar como essa nova diretriz será recebida pelos fiéis e como impactará a prática da devoção mariana ao redor do mundo.