Governo Lula Propõe Aumento de Impostos e Enfrenta Resistência no Congresso
O pacote de aumento de impostos proposto pelo Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, chegou ao Congresso em meio a fortes críticas de legisladores e do setor empresarial. O texto foi publicado no Diário Oficial e gerou tensões, especialmente após declarações do Presidente da Câmara, Hugo Motta, que previu uma reação negativa às medidas.
Medidas Provisórias Visam Aumentar Arrecadação e Compensar Redução do IOF
O governo Lula espera obter apoio e liberar emendas parlamentares antes da votação, negociando com o Congresso. A medida provisória tem como objetivo aumentar a receita tributária e compensar a redução do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). As medidas incluem impostos mais altos sobre apostas esportivas e mudanças na tributação de instituições financeiras. Um novo decreto do IOF também foi publicado, ajustando para baixo o aumento de impostos anunciado em maio.
Impacto nas Regras Tributárias para Investimentos de Longo Prazo
O pacote tributário incluído na medida provisória presidencial 1.303 e no decreto 12.499 introduz mudanças significativas para os investidores. Se aprovadas pelo Congresso, as novas regras eliminariam incentivos para investimentos de longo prazo. Uma taxa mínima de imposto de 15% que se aplicava a investimentos de renda fixa mantidos por mais de dois anos e a investimentos no mercado de ações será eliminada. Para planos de previdência aberta, permanecerá um imposto sobre operações financeiras de 5% para o tipo VGBL (um plano de previdência privada brasileira estruturado como um produto de seguro de vida) com contribuições anuais acima de R$ 600.000, a partir de 2025. Uma regra de transição se aplica até dezembro para contribuições acima de R$ 300.000.
- Fim da isenção de imposto de renda para LCI, LIG, LCA, CRI e CRA para novas emissões a partir de 2026 (taxa de 5%).
- Dividendos de FIIs e Fiagros taxados em 5% se o fundo cumprir certos requisitos (listado na bolsa, mínimo de 100 investidores, diversificação). Caso contrário, a taxa sobe para 17,5%.
- Unificação da alíquota de imposto sobre a maioria dos investimentos financeiros em 17,5%.
Especialistas questionam as chances de aprovação e o impacto real das medidas do governo.