Luto na Cultura Amazônica: Adeus ao Mestre Damasceno!

O mundo da cultura amazônica está de luto. Damasceno Gregório dos Santos, o Mestre Damasceno, faleceu aos 71 anos em Belém, no Dia Municipal do Carimbó, deixando um legado imensurável para a arte e a tradição do Pará. O governo do estado decretou luto oficial em homenagem ao artista.

Uma Vida Dedicada à Cultura Marajoara

Mestre Damasceno, um ícone da Ilha do Marajó, foi um defensor incansável da cultura popular amazônica. Mesmo perdendo a visão aos 19 anos, ele reinventou sua vida através da arte, tornando-se uma referência cultural e um símbolo de resistência. Autor de mais de 400 composições e com seis álbuns gravados, Damasceno dedicou mais de cinco décadas à promoção das tradições do arquipélago do Marajó, com destaque para o carimbó, as toadas de boi e a criação do Búfalo-Bumbá de Salvaterra.

Reconhecimento e Homenagens

Em maio deste ano, Mestre Damasceno recebeu a Ordem do Mérito Cultural, a mais alta honraria concedida pelo Ministério da Cultura, em reconhecimento à sua significativa contribuição para a preservação e valorização das tradições populares amazônicas. Ele também foi um dos homenageados da 28ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes, onde foi lançada a obra “Mestre Damasceno e as Cantorias do Marajó”, um livro infantil que narra sua vida e obra.

O artista estava internado desde 22 de junho, lutando contra um câncer em estado de metástase no pulmão, fígado e rins, além de enfrentar um quadro de pneumonia e insuficiência renal. Sua partida deixa uma lacuna irreparável na cultura paraense e amazônica.

A música, o carimbó e a poesia do Marajó perderam uma de suas vozes mais emblemáticas. Mestre Damasceno será lembrado por sua paixão pela cultura, sua dedicação à arte e seu legado de saberes e ensinamentos que marcaram a vida de todos que tiveram o privilégio de conhecê-lo.