Intoxicação por Metanol: Um Perigo Crescente no Brasil
O mercado de bebidas alcoólicas destiladas no Brasil enfrenta um desafio alarmante: a proliferação de produtos falsificados. A ABBD (Associação Brasileira de Bebidas Destiladas) estima que o mercado ilegal movimente cerca de R$ 55 bilhões por ano, representando aproximadamente 12,7% de todas as vendas. Esses produtos, muitas vezes vendidos a preços 50% inferiores aos das bebidas legalizadas, representam um sério risco à saúde pública devido à presença de metanol, um álcool altamente tóxico.
O Impacto da Falsificação
Após o aumento da fiscalização nas fronteiras, a falsificação de bebidas cresceu 26% em relação ao ano anterior. A prática de "refil", onde garrafas originais são reutilizadas com líquidos adulterados, é uma das principais táticas dos fraudadores. Vodca, gin e uísque são particularmente vulneráveis a essa adulteração, pois podem ser facilmente modificados com essências e trocas de líquidos que alteram a cor e o sabor.
Como Identificar Bebidas Falsificadas?
O Instituto-Geral de Perícias (IGP) alerta para a importância de redobrar a atenção ao comprar bebidas alcoólicas. A perita criminal Renata Duarte Sangalli destaca alguns sinais de alerta:
- Preços muito baixos: Desconfie de preços significativamente inferiores aos do mercado.
- Qualidade da embalagem: Verifique a qualidade da impressão e se o lacre está intacto.
- Tampa e lacre: Evite produtos com lacre rompido, amassado ou sem selo de controle (IPI).
- Líquido: Desconfie de bebidas com cor estranha, resíduos ou nível de enchimento irregular.
- Rótulo: Cuidado com erros de grafia e impressão.
A Importância da Vigilância do Consumidor
A segurança pública e a saúde da população dependem da vigilância do consumidor. Ao observar os sinais de alerta e optar por produtos de fontes confiáveis, é possível evitar a intoxicação por metanol e proteger sua saúde. Denuncie qualquer suspeita às autoridades competentes.
A falta de fiscalização no descarte de garrafas também facilita a falsificação, conforme aponta a Polícia de São Paulo, que investiga o uso de metanol na limpeza de garrafas para bebidas falsas.