O Futuro Incerto do TikTok: Uma Análise do Plano de Trump
O TikTok, mais do que um simples aplicativo de vídeos curtos, tornou-se o centro de uma controvérsia envolvendo o ex-presidente Donald Trump e potenciais implicações financeiras e de poder midiático. Em 2024, o Congresso americano ordenou que a ByteDance, empresa controladora do TikTok, vendesse suas operações nos EUA sob pena de banimento. A administração Trump inicialmente adiou a aplicação da lei, mas, em 25 de setembro, emitiu uma ordem executiva para colocar um plano em ação.
Embora detalhes cruciais desse plano permaneçam sob sigilo, o que veio à tona levanta sérias preocupações sobre a concentração de riqueza e poder midiático nas mãos de um grupo seleto de aliados.
Preço Subestimado?
Uma das principais questões é o valor atribuído às operações do TikTok nos EUA. A Casa Branca aparentemente avalia o negócio em US$ 14 bilhões, apenas 1,4 vezes sua receita anual no país. Esse valor é considerado surpreendentemente baixo para uma empresa de tecnologia em crescimento. Para efeito de comparação, a Alphabet (controladora do YouTube) é avaliada em oito vezes sua receita, e a Meta (controladora do Instagram), em dez vezes. Investidores estimam que o TikTok nos EUA valeria cerca de US$ 40 bilhões, ou até mais.
Essa discrepância levanta o questionamento: por que o preço das operações do TikTok nos EUA foi estabelecido tão abaixo do mercado? Se Trump está realmente subvalorizando o TikTok, os investidores que o adquirirem poderão obter lucros imediatos e exorbitantes.
Quem Serão os Compradores?
Outra preocupação é o processo de seleção dos compradores. As operações do TikTok nos EUA não estão sendo leiloadas ao maior lance. Trump mencionou casualmente nomes como Rupert Murdoch e seu filho Lachlan, Larry Ellison (Oracle) e Michael Dell (Dell) como potenciais investidores.
O que está em jogo é muito mais do que um simples aplicativo. É a oportunidade de transferir riqueza e poder midiático consideráveis para um grupo restrito de pessoas influentes. É crucial que o público americano tenha acesso a todas as informações relevantes sobre esse processo, para garantir transparência e evitar potenciais conflitos de interesse.