As ações da Eletrobras (ELET3; ELET6) registraram um aumento significativo nesta quarta-feira (15), impulsionadas pelo anúncio da venda de sua participação minoritária na Eletronuclear para a J&F, controlada pelos irmãos Joesley e Wesley Batista. O negócio, avaliado em R$ 535 milhões, representa um marco importante na estratégia da Eletrobras de reduzir riscos e focar em áreas mais rentáveis.
Detalhes da Transação
Com a aquisição, a Âmbar Energia, braço do grupo J&F no setor elétrico, passa a deter 68% do capital total e 35,3% do capital votante da Eletronuclear. A União, através da ENBPar, mantém o controle da estatal com 64,7% do capital votante e cerca de 32% do capital total.
Além do valor da venda, a J&F assumirá as garantias prestadas pela Eletrobras em favor da Eletronuclear, no valor de R$ 6 bilhões, e se responsabilizará pela subscrição de debêntures acordadas com o Governo Federal, representando R$ 2,4 bilhões.
Impacto para a Eletrobras
Analistas do Itaú BBA consideram a venda como o último grande esforço de redução de risco da Eletrobras desde sua privatização. A transação traz benefícios como a liberação da obrigação de subscrever R$ 2,4 bilhões em debêntures e a eliminação de garantias no valor de R$ 6 bilhões. Além disso, a Eletrobras poderá criar um crédito tributário significativo após a conclusão da transação.
O Futuro da Eletronuclear
A Eletronuclear é responsável pelas usinas Angra 1 e Angra 2, em operação, e pelo projeto de Angra 3, que se encontra paralisado. A entrada da J&F no controle da Eletronuclear levanta questões sobre o futuro da energia nuclear no Brasil e o papel do setor privado na gestão de ativos estratégicos.
A transação ainda depende de aprovações regulatórias para ser concluída.