A figura de Mario Vargas Llosa paira sobre Arequipa, a cidade vulcânica que muitos conheceram através de seus livros. Em meio ao X Congresso Internacional da Língua Espanhola (CILE), Arequipa presta homenagem ao Nobel, mesmo em tempos de agitação social.
Homenagens em Arequipa
Arequipa, cidade natal de Vargas Llosa (apesar de ter vivido lá apenas o primeiro ano), batizou uma rua, uma alameda e uma rota turística em sua homenagem. Durante o CILE, seis participantes compartilharam suas experiências com o autor, desde conversas informais até a admiração por sua obra.
Um Encontro Inusitado
Jorge Fornet, da Academia Cubana da Língua, relatou ter presenteado Vargas Llosa com um livro onde o autor aparecia como vilão. Fornet também se surpreendeu ao encontrar na biblioteca de Vargas Llosa uma vasta coleção da revista Literatura Soviética, algo raro até mesmo em Havana.
Protestos no Peru: A Voz das Ruas
Paralelamente às homenagens, o Peru tem testemunhado grandes manifestações cívicas. Milhares de cidadãos saíram às ruas para protestar, exercendo seu direito em um clima de respeito. No entanto, o governo tenta deslegitimar as manifestações, utilizando retóricas de medo e acusando os manifestantes de subversão.
O que se vê nas ruas, na verdade, é a voz de um país que se sente defraudado por suas autoridades. A população exige que as autoridades sirvam ao cidadão e não usem o poder como propriedade privada. Os protestos são um gesto de reivindicação republicana e uma afirmação de esperança em um país com respeito ao Estado de direito.
A mensagem da população é clara: exigem mudanças e o fim da impunidade. Enquanto essas mudanças não ocorrerem, as ruas continuarão a ser o palco de uma cidadania que se recusa a permanecer em silêncio diante da deterioração ética da república.