O governo Lula impôs um sigilo de cinco anos sobre telegramas diplomáticos que tratam dos negócios da JBS nos Estados Unidos e o envolvimento dos irmãos Joesley e Wesley Batista. A medida ocorre em meio a tensões comerciais entre Brasil e EUA, especialmente o tarifaço de 50% imposto por Donald Trump à carne brasileira e outros produtos.
O pedido de acesso aos documentos foi feito pelo jornal O Globo, utilizando a Lei de Acesso à Informação (LAI). A solicitação abrangia o conteúdo completo das comunicações entre o Itamaraty e a embaixada brasileira em Washington, desde 1º de julho, envolvendo os irmãos Batista e a JBS.
Dos três telegramas que mencionam a empresa e seus proprietários, apenas um foi liberado: a comunicação de 26 de agosto, na qual a embaixadora Maria Luiza Ribeiro Viotti analisa o impacto do tarifaço nos preços da carne bovina nos EUA. Os outros dois telegramas, datados de 14 e 31 de julho, foram classificados como “reservados” com sigilo de cinco anos. Um deles trata de investimentos de empresas brasileiras nos EUA, enquanto o outro aborda “assuntos parlamentares” relacionados às relações econômicas entre os dois países.
A decisão de impor sigilo aos documentos levanta questões sobre a transparência e o acesso à informação, especialmente em um momento de negociações comerciais delicadas. A expectativa é que o tarifaço seja um tema central da conversa entre Lula e Trump na Malásia.
O que diz o Itamaraty
O Ministério das Relações Exteriores (MRE) afirmou que segue integralmente as disposições da Lei de Acesso à Informação (Lei 12.527) no tratamento de comunicações oficiais, especialmente o artigo 23, que trata da classificação da informação quanto ao grau e prazos de sigilo.
Próximos Passos
A oposição já se manifestou, exigindo explicações sobre os motivos do sigilo e questionando a relevância dos temas abordados nos telegramas. O caso promete gerar debates acalorados e novas investigações.
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